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David Juliano e sua vocação para ensinar no Jiu-Jitsu

Confira a entrevista abaixo. Foto: Reprodução

Ensinar é uma das atitudes mais nobres do Jiu-Jitsu. Faixa-preta de terceiro grau e especialista em treino desportivo, nosso GMI David Juliano, da DJ Team, entende essa importância e revela que a paixão por guiar as novas gerações é algo que o acompanha desde a infância.

Em seu papo com o GRACIEMAG, o professor, que hoje atua no Catar, conta sobre seu fascínio pelo ensino, a trajetória percorrida até chegar a este ponto e as características necessárias para ser um instrutor de primeira. Confira nas linhas abaixo!

* Entre para o time GMI! *

GRACIEMAG: Qual foi seu primeiro contato com o Jiu-Jitsu?

DAVID: Dava muito trabalho para minha mãe quando jovem, então ela me colocava para fazer várias artes marciais, na intenção de me tornar uma criança mais disciplinada. Meu primeiro contato com o Jiu-Jitsu foi em 1998, através do UFC. Me lembro de ver um cara de kimono branco e estatura média, fisicamente mais fraco que os oponentes, ganhando suas lutas de forma limpa e rápida, sem usar muito sua força. Aquilo me impressionou muito, então comecei a praticar Jiu-Jitsu no ano seguinte, em São José dos Campos, e nunca mais parei.

Assim que começou a prática, já teve interesse em competir? Como foram seus primeiros anos nas faixas coloridas?

Nos meus primeiros seis meses de Jiu-Jitsu, fui convidado para participar da minha primeira competição, no interior de São Paulo. Desde pequeno, eu sonhava em ser professor e, diante daquela experiência, entendi que poderia aprender muito competindo, para ensinar aos meus futuros alunos. Com essa mentalidade, fui com tudo na competição e acabei fechando a categoria dos plumas com um amigo de equipe. Ao longo da minha trajetória, tive a sorte de contar com bons professores e parceiros de treino, que me deram o suporte necessário para conquistar títulos nacionais e internacionais até a faixa-preta, mas o mais importante para mim foram os ensinamentos que acumulei durante meus treinamentos.

Nas areias do deserto de Doha, no Catar. Foto: Reprodução

Em que ano você pegou a faixa-preta e das mãos de quem? Qual a melhor memória deste dia?

Peguei a faixa preta em agosto de 2008, das mãos do professor Erivaldo Jr, o Juninho. Lembro de rever, quase como um filme, a minha trajetória de quase dez anos até chegar àquele ponto. Foi uma caminhada desafiadora, com dificuldades financeiras e muita busca por conhecimento, mas receber a graduação fez tudo valer a pena. A sensação era de que eu tinha me formado em uma segunda faculdade. Certamente, nunca vou me esquecer deste dia.

Você mencionou anteriormente que sempre sonhou em lecionar. De onde nasceu este interesse?

O meu desejo em ser professor foi algo que nasceu e evoluiu de forma natural ao longo da minha vida. Ainda criança, quando ia brincar na rua com os meus amigos, eles sempre fingiam ser super-heróis, mas eu queria ser o professor deles. Mirava em personagens famosos da época, como o senhor Miyagi, do filme Karate Kid. Ao longo do meu crescimento e da minha evolução no Jiu-Jitsu, esse sonho foi ficando mais desafiador. Como era uma geração diferente, na qual o Jiu-Jitsu ainda não tinha alcançado a evolução atual, nós entendíamos que era necessário lutar todo fim de semana para obter o reconhecimento e conquistar alunos. Hoje funciona de outra forma, o praticante pode sair do tatame e investir em outras áreas pertinentes ao Jiu-Jitsu, como administração, marketing ou até mesmo lecionar.

David na missão de guiar a nova geração. Foto: Reprodução

Qual é o melhor ensinamento que você sempre passa aos seus alunos?

Gosto de ressaltar a importância do esforço e da dedicação para ser bem sucedido dentro e fora dos tatames. Tive a oportunidade de treinar campeões mundiais e vários outros atletas que tinham potencial para alcançar esse status, mas não conseguiram. A partir destas experiências, passo esse ensinamento aos meus filhos e alunos. Sem esforço e dedicação, você será apenas mais um dos que tem potencial, mas não alcançará seus objetivos, sejam eles quais forem. Ao longo da minha vida, não conheci ninguém que tenha tido sucesso em suas metas com pouco treino ou esforço. Por isso, sempre lembro a eles que, para qualquer objetivo, a fórmula do sucesso é esforço e dedicação.

Quais são as características que definem um formador de campeões?

O mais importante é ter amor pela profissão, sentir prazer em ensinar e moldar o conhecimento dos seus alunos. Depois, é preciso entender que vivemos uma era diferente no Jiu-Jitsu, na qual as competições nem sempre são o foco. Como professores, devemos sempre investir em uma boa metodologia de ensino, pois só a partir deste investimento poderemos fortalecer nossa academia, formar pessoas melhores e talvez moldar os almejados campeões.

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