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Diego Asenjo e a importância de competir para melhorar no Jiu-Jitsu

“Competir te dá experiência e, consequentemente, melhora o seu desempenho no Jiu-Jitsu”. Foto: Acervo pessoal

Radicado na cidade de Orlando, na Flórida, nosso GMI Diego Asenjo, da Fabin Rosa Brazilian Jiu-Jitsu, defende a importância da competição para moldar o praticante da arte suave.

Em papo com GRACIEMAG, o faixa-preta contou um pouco de sua trajetória competitiva, que o fez criar o lastro necessário para ensianar Jiu-Jitsu em base forte, com valores e princípios que são aplicados não só para seus alunos, mas também em casa, formando uma família de competidores, com esposa e filhos incluídos. Confira nas linhas abaixo!

* Entre para o time GMI! *

GRACIEMAG: Como você começou no Jiu-Jitsu?

DIEGO ASENJO: Comecei a treinar Jiu-Jitsu em 1990, aos nove anos de idade. Nessa época, treinava no Clube Monte Líbano, na Lagoa. Fiquei nessa academia por seis ou sete meses, mas eventualmente migrei, como toda criança, para outros esportes como futebol e basquete. Tive um breve contato com o Jiu-Jitsu ao visitar a academia do Carlson Gracie e treinar com o Marcelo Saporito, mas como morava na Gávea, era muito distante para que eu me deslocasse até Copacabana. Voltei em definitivo em 1994, com incentivo de uns amigos de escola que treinavam na Academia Nova Geração, no Leblon. A partir daí, fui Nova Geração a minha vida toda.

Como foram seus anos nas faixas coloridas?

Como tive uma experiência anterior com o Jiu-Jitsu, não cheguei completamente cru na Nova Geração. Recebi a minha faixa-amarela com vinte dias de treino para poder competir na primeira Copa Axe, que não tinha disputa na branca. Fui campeão nesse evento, com 12 ou 13 anos. Desde então, competi em todos os campeonatos que conseguia. Competir te dá experiência e, consequentemente, melhora o seu desempenho no Jiu-Jitsu.

Acumulou muitos títulos nessa época?

Tive bastante sucesso nas coloridas. Ainda em 1994, eu fui campeão estadual com a amarela e campeão brasileiro com a laranja. Conquistei o brasileiro novamente no ano seguinte, ainda com a laranja, e uma terceira vez com a verde. Na faixa-azul, aos 15 anos de idade, fui campeão brasileiro, peso e absoluto, e no ano seguinte fiquei com o bronze no mundial. Desacelerei um pouco na roxa, mas fui campeão brasileiro mais uma vez na faixa-marrom.

Asenjo e seus filhos. Foto: Acervo pessoal

Qual é a memória mais marcante da sua graduação à faixa-preta?

Recebi a preta em 2003, quase com 18 anos, das mãos do mestre Francisco “Toco” Albuquerque. Foi um dia muito especial para mim. Lembro de ver meus amigos de treino, que eu considero como irmãos de tatame, aplaudindo o meu resultado e felizes pela minha conquista. Melhora ainda mais porque eu tive a honra de receber a faixa pelas mãos do mestre Toco, que é um símbolo paterno para mim.

Qual é, na sua opinião, o diferencial para um bom atleta?

O atleta só depende dele. O desempenho dele é afetado pelo tempo que ele dedica ao treino, o quanto ele se dispõe ao preparo físico e a experiência que ele obteve competindo. Esse último ponto, inclusive, é fundamental. Um bom atleta precisa ter horas de competição igual a horário de trabalho. Isso porque existem muitas diferenças entre o Jiu-Jitsu no treino e na competição. Competir traz uma diferença no tempo que você tem para pensar em uma estratégia ou fazer um movimento, e ensina a administrar sua energia sob pressão. Conheço vários leões de academia que viram gatinhos em competição. Já vi a situação inversa também, caras que são medianos na academia, mas que crescem de forma absurda competindo.

A transição de atleta para professor nem sempre é fácil. Desta forma, quais foram as referências que ajudaram a moldar o seu ensino?

Primeiramente o professor Francisco Albuquerque, o mestre Toco, que é a minha maior referência. Também considero muito importante o professor Ricardo Libório e, é claro, o mestre Carlson Gracie, que é a linhagem que eu segui em toda minha trajetória pelo Jiu-Jitsu. Apesar da influência de todas essas figuras, eu me mantenho sempre aberto ao aprendizado. Se alguém me mostrar algo que seja legal ou mais eficiente, eu incorporo na minha metodologia.

Turma infantil de Asenjo na Fabin Rosa Brazilian Jiu-Jitsu. Foto: Acervo Pessoal

Como professor, qual é a lição mais importante que deve ser passada ao aluno?

Mais do que ensinar a técnica, é preciso ensinar os valores que a arte marcial possui. Parceria, amizade e, principalmente, respeito ao seu colega de treino. Você precisa do seu parceiro de treino para ficar bom. Se você só treinar forte e machucar o seu colega, você não vai ter ele no dia seguinte. Se você não puxar e fazer com que ele dê o melhor, ele também não vai ficar bom o suficiente para te fazer melhorar. Um ajuda o outro e os dois crescem juntos.

Além do professor, a academia também desempenha um grande papel no formação do aluno. Qual é a chave para criar um ambiente convidativo e didático no Jiu-Jitsu?

A academia precisa ter uma vibração positiva e um clima leve. Acima de tudo, é preciso ter amor. Atualmente, eu moro em Orlando, trabalho sob a bandeira Fabin Rosa Brazilian Jiu-Jitsu e, desde que eu cheguei aqui, a academia é baseada em amor ao esporte. Ensinar Jiu-Jitsu amando o que você faz é muito mais fácil, muito mais tranquilo e, consequentemente, o seu desempenho como instrutor vai se potencializar. Os alunos vão sentir esse amor, se apaixonar e serão melhores por conta disso. Tudo feito com amor é bem feito.

Com seus filhos já treinando, a sua esposa também acabou se apaixonando pelo Jiu-Jitsu. Foi por estímulo seu ou o interesse veio deles?

Estou com a minha esposa a 21 anos. Ela é bailarina, sempre trabalhou com isso e nunca pôde entrar no Jiu-Jitsu por conta da profissão. Quando viemos pros Estados Unidos, ela deixou de atuar como bailarina, passou a observar as minhas aulas, acabou se interessando e, desde então, ela treina todos os dias. Durante a pandemia, ela me ajudou nas aulas on-line como parceira de treino. Praticamos bastante nesse período e, quando a situação melhorou, surgiu a oportunidade dela lutar no Pan-Americano e no Orlando Open. Ela foi campeã em ambos os campeonatos. Mês passado, ainda na branca, ela lutou em outro Orlando Open, levou o ouro novamente e eu graduei ela a faixa-azul. Hoje, além de treinar, ela me ajuda nas aulas infantis como assistente e já está inscrita para lutar o primeiro campeonato dela na azul, que será em Atlanta.

Asenjo gradua Fernanda Riccioppo, sua esposa, à faixa-azul. Foto: Acervo pessoal

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