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Jonnatas Gracie avalia vitória sobre Edwin Najmi com treinos na quarentena

Jonnatas Gracie faz seu arremesso. Foto: Fight to Win

Faixa-preta da Atos, nosso GMI Jonnatas Gracie teve dois desafios na última semana. A primeira foi encarar e vencer Edwin Najmi no Fight To Win, nos EUA. Para isso, Jonnatas teve que vencer outro desafio antes, o de se preparar com qualidade em tempos de quarentena e restrições nas academias.

A perseverança de Jonnatas foi a fórmula para o sucesso no difícil combate. Com preparação física de qualidade, tocada pelo craque Rafael Ribeiro, e foco no objetivo a longo prazo, Jonnatas manteve a mente o corpo preparados para o duelo vitorioso, e com a visão nos duelos futuros e tudo que a pandemia tem ensinado ao aplicado atleta. “Estou no meu primeiro ano de preta, então estou em busca de desafios. Quero os melhores do peso leve e também do peso médio. Acho que o que vale é a experiência.”

Confira a análise de Jonnatas sobre os treinos e seu desempenho competitivo na atual realidade competitiva do Jiu-Jitsu nas linhas abaixo. Oss!

GRACIEMAG: Como foi a sua preparação nesse tempo complicado de quarentena? Mudou alguma coisa? Teve que se adaptar em algo? Teve alguma dificuldade por conta das políticas de fechamento?

Jonnatas Gracie:
Tive duas semanas e meia para me preparar. Já tinha aceitado a luta antes, mas estava buscando a melhor forma de treinar por conta da quarentena. Durante o tempo fechado, combinei com meu preparador físico Rafael Ribeiro de treinar em casa. Nesse tempo a gente acabou perdendo o condicionamento do Jiu-Jitsu, mas procurei manter o corpo forte. Depois, combinei com os parceiros de treino que testaram negativo para o covid-19 para me ajudarem, com liberação do professor André Galvão.

Qual foi a estratégia planejada para o duelo com o Edwin?

Fiz muito treino específico. O Galvão, por conta do pouco tempo de preparação, me direcionou para esse tipo de treino mais focado no específico. Sei que o Edwin é muito bom na guarda-aranha, e com muitas finalizações na manga. Peguei um sparring bom de triângulo, por exemplo, e pedi para ele dar todos os botes que ele pudesse. Outro que era bom de aranha me colocou em todo tipo de entrada na guarda para eu estar pronto. Na real o treino foi bem específico, logicamente aliado à preparação física.

Você teve algumas chances expressivas no duelo, como alguns ataques fortes no pé. O que faltou para concluir com sucesso e finalizar naquele momento?

Não acho que faltou ajuste. O Edwin é muito flexível no pé. O F2W tem uma regra totalmente diferente, então no caso não adiantava passar a guarda dele e pegar as costas dele, se ele tivesse atacado na chave de pé. Então joguei com a regra e fiz o máximo de ataques de finalização, logicamente buscando concluir os ataques, mas com foco em tentar mais botes e prevalecer na regra.

Teve algum lance que você, ao rever a luta, teria feito diferente para vencer o combate antes da decisão dos árbitros?

Durante a luta eu mudei meu plano de ação. Entrei pensando em raspar, passar e fazer meu jogo. No entanto, logo no começo, o Edwin atacou com o triângulo. Chegou a quase encaixar, mas eu sai. Nisso ele olhou pro corner e eles entenderam que ele ficou na frente nos pontos. Então mudei a estratégia e fui com tudo para os ataques de finalização para não ficar atrás. Joguei com a regra.

Após a vitória, convencendo os jurados, como você avalia a o seu desempenho?

Fiquei feliz com o meu resultado. O Edwin tem muita experiência no F2W e nos torneios da IBJJF, e eu consegui sair com a vitória sobre ele em ambas as regras. Eu busco não julgar meus resultados, com por exemplo criar uma desculpa sobre estar sem treinar ou das mudanças por conta da quarentena, porque talvez, sem essa adversidade, poderia ter rendido igual ou até pior. Minha autoavaliação portanto se limita a pensar que eu poderia ter me aquecido melhor antes do evento, e ter abaixado o quadril um pouco mais na hora das passagens.

Qual o seu próximo passo? Algum outro torneio à vista?

Por conta da pandemia, o único evento que tem data fixa é o Abu Dhabi Grand Slam de Miami, na Flórida. Coloquei minha mira fixa nesse evento, estamos treinando para isso. Aqui em San Diego já estamos numa fase de treinos liberados, em capacidade reduzida de sparrings. Mas estou esperando convites a outros eventos, caso surja a oportunidade.

Estou no meu primeiro ano de preta, então estou em busca de desafios. Quero os melhores do peso leve e também do peso médio. Acho que o que vale é a experiência. Vou acumular vitórias e derrotas ao longo do processo, mas estou em busca dessa maturidade competitiva, mesmo em tempos de quarentena, para quando voltar ao normal estar ainda mais preparado e figurar ao lado dos maiores campeões do esporte. É isso que me motiva a treinar, trabalhar duro e buscar ser melhor.

This article first appeared at Graciemag

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