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Rayron detalha os bastidores e lições do documentário “Cartas para meu pai”

Pai e filho em Nova York. Foto: Divulgação

 

Grande mestre Carlos Gracie, o pioneiro da família no Jiu-Jitsu, costumava tratar o luto e a ida para outro plano com serenidade: “A morte faz parte da vida”. Bisneto de Carlos, o jovem faixa-roxa Rayron encarou a morte do pai Ryan (1974–2007) de frente, e produziu um documentário tocante sobre o luto, a motivação e a saudade. No fundo, “Cartas para meu pai” (2021) é sobre a universal temática de não desistirmos jamais. Ou seja, um filmaço sobre o puro Jiu-Jitsu.

O GRACIEMAG.com conversou com Rayron, 19 anos, pelo Whats, e o jovem campeão mundial desfiou as durezas e lições do filme, dirigido por Allen Alcantara e exibido no YouTube. Confira o que aprendemos nas linhas a seguir.

GRACIEMAG: Vocês realizaram um filme muito inspirador, sobre as batalhas de um jovem lutador, mas também um documentário muito poderoso sobre a saudade e o luto. Que dica você daria para quem perdeu alguém, Rayron?

RAYRON GRACIE: Acredito que a primeira coisa a fazer é aceitar o fato de que essa dor, essa saudade, nunca vai passar. Não há nada que possamos fazer para trazer o nosso herói de volta. Devemos achar, então, uma maneira de canalizar essa energia em ações produtivas. No meu exemplo, como acontece com milhares de outros praticantes, uso o Jiu-Jitsu, mas mesmo assim não é o suficiente. Como disse no documentário: “Apesar de achar a maioria das respostas para as minhas perguntas no tatame, existem algumas que somente o meu pai pode responder”. E é por isso que escrevo as cartas. Dessa maneira me comunico com meu pai, mas também com aquele garoto que brincava com ele na sala de casa.

Como o Jiu-Jitsu especificamente ajuda nessa aceitação, na diminuição do sofrimento?

Eu já fiz todos os esportes que você possa imaginar. Mas somente treinando Jiu-Jitsu consegui perceber que a minha mente estava de fato em outro plano. O foco passa a ser como um lago calmo, onde você consegue ver o seu reflexo de maneira clara. Assim que o treino acaba, o lago parece ficar turvo novamente, você perde aquela sabedoria de viver no momento. Olha, isso acontece todos os dias. Mas cada treino, cada dia fica um pouco melhor. O Jiu-Jitsu é um grande aliado para a saúde mental, e mais importante para a evolução espiritual.

Qual foi sua maior luta até ver esse filme ficar pronto?

Meu pai dizia desde muito novo que tinha certeza de que iria partir para outro plano, aos 33 anos. Parecia que ele realmente sabia. Não sei se foi então o motivo, mas acredito que aquilo o fez criar uma vontade de eternizar esses momentos, filmar, registrar, fotografar. Ele viajava para todos os lugares com uma pequena câmera com a qual registrou imagens realmente incríveis, vocês podem assistir a algumas delas no documentário, as que estão lá eu escolhi com muito carinho. Sou muito grato por ele ter eternizado tantos momentos e pretendo fazer o mesmo na minha jornada. No processo do documentário, senti muita saudade. Então fiz o mesmo que venho fazendo há 13 anos. Escrevi algumas cartas para botarmos a conversa em dia.

Como nasceu a ideia do filme?

Desde que tive acesso a essas filmagens do meu pai que tenho a vontade de fazer esse projeto. Para mim é um documento muito especial e tenho certeza de que muitos vão se identificar com essa história. Pretendo ainda fazer novos projetos com o Allen [Alcantara, diretor], um cara sensacional e uma das pessoas mais criativas e prestativas que já tive o prazer de conhecer.

Aos 15 anos você disse ao GRACIEMAG.com que se via nos ringues no futuro. Como anda alimentando esse sonho de representar a família no MMA?

Tenho meus objetivos para o futuro mas eu procurar focar no agora. Vivo um dia de cada vez, tentando canalizar minha energia para os treinos de hoje. Acredito que sim, devo migrar para o MMA depois da cumprir minha carreira no Jiu-Jitsu.

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